sexta-feira, 31 de maio de 2013

 O planeta Vênus e sua vulcanologia.


   Há muito tempo atrás se achava que Vênus era um planeta muito parecido com a Terra, digamos que um tipo de irmão quase gêmeo do nosso planeta por causa da semelhança na composição, gravidade, tamanho e densidade. Porém, começando a estudar Vênus perceberam que todas essas características não faziam dele um planeta habitável e tiveram uma surpresa com o inferno que ele parecia ser.

Planeta Vênus

   Vênus possui uma rotação bem lenta e contrária aos outros planetas. Acredita-se que como o bombardeamento de meteoroides é enorme, um desses impactos fizeram com que sua rotação fosse revertida, o que hoje chamamos de “rotação retrógrada”. Devido a esse movimento, em Vênus o Sol nasce no oeste e se põe no leste, e um simples dia lá equivale a aproximadamente oito meses terrestres.

   O que faz com que ele seja inabitável é a temperatura de 480ºC em sua superfície, originada pelo seu alto Efeito Estufa. Com toda essa temperatura, Vênus ganha o troféu de planeta mais quente do Sistema Solar. Mas o intrigante é saber que Vênus nem sempre foi tão quente.


Vulcão

   Sua superfície pode ter sido bem parecida com a nossa, e os possíveis oceanos existentes podem ter secado devido ao Efeito Estufa descontrolado que ocorre lá. Ou seja, Vênus é um exemplo de mudança global que pode acontecer um dia com a Terra. Mas porque ocorreu uma evolução tão diferente da nossa e deixou Vênus tão quente?

   Uma das respostas é a sua composição atmosférica composta por 95 % de dióxido de carbono. O grande volume desse gás faz com que haja uma maior retenção de calor. A fonte natural desse e de outros gases é o vulcanismo intenso que ocorreu há muito tempo. Ou não!

   Em abril de 2010, cientistas divulgaram um possível derramamento recente de lava na superfície de Vênus, devido a um alisamento em seu solo. Então será que ainda há atividade interna lá?

 A quantidade de gás carbônico liberado por um vulcão na terra é de aproximadamente cinco milhões de toneladas por ano. Não se sabe quantos vulcões existem em Vênus, mas acredita-se que esse número deve chegar a mais de 1 milhão, significando uma maior produção do gás. Além disso, eles também liberam dióxido de enxofre, que é a causa de suas nuvens de ácido sulfúrico.


Geografia venusiana

   A paisagem de Vênus é marcada por elevadas cordilheiras, tendo como ponto mais alto o monte Maxwell, que é muito maior do que o Monte Everest por exemplo. Também podemos encontrar grandes canais devido às erupções vulcânicas e se pudéssemos ir lá, encontraríamos um solo avermelhado por causa da presença de ferro oxidado.


 O vulcanismo em Vênus mostra menos tipos de erupções do que os vulcões terrestres. Quase todo vulcanismo lá envolve fluxo de lava, isso porque não há sinais de explosão e há uma pequena evidencia de erupções lamacentas e lavas viscosas.Com isso, podemos pensar numa combinação de vários efeitos, entre eles a pressão atmosférica e a quantidade de água existente no planeta.

   Por causa da alta pressão atmosférica, o magma de Vênus precisa de muito mais gases do que o terrestre. A quantidade de água lá é bem escassa e a água é uma das principais causas do vulcanismo explosivo.Não há evidências de placas tectônicas, pois não há um alinhamento dos vulcões, e também não existem boas evidencias de zonas de subducão, embora os rifts (quebras) sejam bem comuns.Portanto, podemos dizer que o vulcanismo em Vênus é muito mais regional e muito menos organizado.

  Infelizmente, os dados sobre a geologia de Vênus ainda são muito limitados e apesar da maioria desses vulcões não possuírem atividade, provavelmente alguns ainda podem estar ativos.


Vulcões em Vênus

   Os vulcões em Vênus estão divididos em: Escudos Grandes, Vulcões Pequenos, Caldeiras, Estruturas incomuns como, Carrapatos e Panquecas, Estruturas Tectono-Vulcânicas, Fluxos Grandes e Canais.


Mapa dos vulcões de Vênus

Os Escudos Grandes

   Existem mais de 150 vulcões em escudos em Vênus (aqueles que possuem uma base circular ou oval muito grande em relação a sua altura, na qual se você pegar no topo e virar, o seu formato ficará bem parecido com o de um escudo). O maior deles cobre quase a mesma área do rei do sistema solar, o Monte Olimpos em Marte, que possui um diâmetro basal de aproximadamente 800 km.


   
   Os escudos de Vênus se mostram bem dispersos um dos outros, sugerindo que o planeta não possui placas tectônicas ativas, e podendo então ter seu vulcanismo relacionado à Hotspots.

Os Escudos Pequenos

  Possuem um diâmetro basal inferior a 20 km. São os vulcões mais comuns encontrados no planeta, com aproximadamente 100 mil exemplares


   
   Esses pequenos escudos geralmente ocorrem em grupos, chamados de “Campo dos Escudos”. Eles ocorrem nas regiões de mais baixa altitude, com isso, acredita-se que eles se originaram durante as primeiras fases de formação das planícies venusianas.

As Caldeiras

   São estruturas grandes redondas ou ovais que possuem paredes íngremes, mas com bordas rasas e que muitas vezes são cercadas por falhas.



   As caldeiras ocorrem quando o chão cai em mais de uma “esvaziada” da câmara magmática, podendo então ser construídas ao longo do tempo.A maioria das caldeiras tem seu diâmetro em torno de 40 a 80 km, porém a maior delas possui 200 km de diâmetro.

Estruturas incomuns: Carrapatos e Panquecas

   A maioria dos vulcões em Vênus é em escudo, mas alguns não são. Essas estruturas se originam de lavas muito espessas, viscosas e elas podem ser divididos em três tipos. O primeiro, conhecido como “Cúpulas em Panquecas”, o segundo, chamado de “Carrapatos” e o terceiro tipo que são as de grande espessura, com os fluxos em forma de leque ou em faixas. 



   Como as lavas basálticas são muito fluidas e finas, eles não parecem ter basalto em sua composição. Pelo contrário, eles apresentam rochas ricas em quartzo, podendo até serem graníticas. Existem algumas teorias de que basaltos “espumantes” devido a ser rico em gases, poderiam produzir tais lavas viscosas.


Estruturas Tectono-Vulcânicas

   Essas estruturas recebem esse nome por serem uma mistura de lavas e falhas geológicas, e se diferenciam dos vulcões de duas maneiras. A primeira é que, vulcões frequentemente são formados em antigas falhas ou rifts, não causando esse tipo de falha. A segunda maneira é que a maioria dos vulcões venusianos são apenas grandes montes de lava. Além disso, as lavas compõem apenas uma pequena parte dessas estruturas.


   Devido às diferenças encontradas nessas falhas, essas estruturas podem ser divididas em três tipos.

   Coronas - Originadas por pequenas plumas do manto, possuem uma forma que varia de redonda a oval. Ao ter sua elevação, ocorre um resfriamento e em seguida o seu centro é afundado, formando então um anel em torno de suas falhas.
Elas variam de 100 a 1000 km de diâmetro, mas a maioria possuem um diâmetro de 250 km. Dentro delas pode ser encontrado planícies de lava e escudos pequenos, além de “cúpulas em panquecas”.



   Aracnoides - Podem ser considerados os primos menores das coronas, eles também têm um anel em volta das falhas, mas eles estão dentro de um conjunto de cristas radiais. Esses anéis variam de 50 a 200 km de diâmetro e as cristas variam de 200 a 400 km de comprimento.


   Essa estrutura tende a se aglomerar perto de coronas e de outros aracnoides. São formados praticamente da mesma forma que as coronas, porém tendem a mostrar menos lavas. No entanto, a falta de fluxos de lava sugere que há mais intrusões em aracnoides do que nas coronas. Alguns até acham que as cristas radiais podem ser grandes diques, e se for o caso, esses diques poderiam drenar magmas longe da pluma e limitar o volume de lavas na superfície.

   Novas - Essa estrutura é a que apresenta menos sinais de vulcanismo. Ao invés disso, as Novas mostram um padrão do tipo “explosão estelar” de falhas, e algumas dessas falhas parecem alimentar os fluxos de lava, porém esse tipo de fluxo não é comum.

   A maioria delas variam de 50 a 300 km de comprimento. Com isso, elas são aproximadamente do mesmo tamanho que os Aracnoides.
Mesmo sendo raras, elas ocorrem perto dos grandes escudos e dos grupos de Coronas e Aracnoides. Alguns acham que as Novas são apenas um primeiro estágio para a formação de Aracnoides e Coronas.



Os Fluxos Grandes e os Canais

   Esses fluxos são encontrados principalmente perto das bordas das planícies de baixa altitude. Acredita-se que eles podem ter se formado perto do final da formação das planícies vesuvianas. Possuem em torno de 100 a 700 km de comprimento, mas o mais longo chega a 1.000 km.



   Já os canais são encontrados em sua maioria nos campos de inundação de lavas ou outros vulcões. Esses canais têm geralmente de 0,5 a 1,5 km de largura, mas variam muito de comprimento. A maioria é inferior a 400 km, porém o maior canal tem em torno de 6.800 km de comprimento, o que faz dele o maior canal também do Sistema Solar.

O sinal Wow e a busca por inteligência extraterrestre.


   Não é segredo para ninguém que diversos cientistas se dedicam a tentar contato com outras civilizações em outros planetas, mesmo que estejam há muitos anos-luz de distância. Para isso usam poderosos radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal "não natural" vindo de algum ponto do espaço. É uma busca ingrata e demorada, que até hoje não apresentou nenhuma prova da existência de inteligência extraterrestre. No entanto, em 1977, um misterioso sinal foi recebido aqui na Terra e é considerado até hoje o único sinal que possa ter sido emitido por uma civilização distante.

Sinal Wow

   Era 15 de agosto de 1977 e como fazia todas as noites, o radio-astrônomo Jerry Ehman analisava os dados captados pelo radiotelescópio Big Ear, ou "Orelhão", da Universidade de Ohio.

  Como de costume, a maioria dos sinais captados já eram bem conhecidos do pesquisador e não passavam de emissões provenientes de galáxias e satélites. De repente, um fraco sinal diferente dos demais começou a aumentar gradualmente de intensidade até atingir o pico, decaindo e desaparecendo em seguida. O tempo total de detecção foi de exatos 72 segundos e sua intensidade era tão grande que ultrapassou o limite da escala preparada para as observações.

  Pego de surpresa e sem muito tempo para analisar cientificamente o fato, Ehman escreveu ao lado dos códigos que representavam os sinais, na folha impressa pelo computador, a intensidade do evento que acabara de presenciar: “WOW !”

 Analisando a posição da antena, conclui-se que as ondas eletromagnéticas detectadas eram provenientes da constelação de Sagitário e tinha a freqüência de 1420.4556 MHz, correspondente à famosa linha de 21 cm do hidrogênio, também chamada de “janela da água” em radioastronomia.

radiotelescopio Big ear

   A estrela mais próxima que existe naquela direção está a pelo menos 220 anos-luz de distância. Desse modo, se o sinal partiu mesmo daquela região, foi um evento astronômico de gigantesca potência e que até hoje não foi identificado pelos cientistas.


Sinal Diferente

  No entanto, o que mais intrigou os pesquisadores e tornou o sinal "wow" particularmente interessante, foi o modo como cresceu e diminui de intensidade durante os 72 segundos de duração. Por que?


  O radiotelescópio Big Ear não é giratório e sim fixo no solo. Seu movimento de varredura é dado pela própria rotação da Terra e capta os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bastante estreito apontado para o infinito.Como em todas as antenas parabólicas ou direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas laterais. Assim, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida.

  No caso do Big Ear, a largura desse feixe de recepção era extremamente estreita, com 8 minutos de arco e qualquer sinal que viesse do espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe. E foi exatamente isso o que ocorreu naquela noite.


Descartando hipóteses

  Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72 segundos.


 Alguns poderiam supor que algum engraçadinho quisesse enganar os pesquisadores, simulando uma transmissão clandestina na faixa da linha do hidrogênio, mas dadas as características do sinal essa hipótese também foi descartada. Como explicado, a antena do radiotelescópio é fixa e possui o feixe de recepção extremamente estreito.Para se ter uma idéia, são necessários quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular igual à Lua. Em outras palavras, o engraçadinho teria que ir ao espaço, permanecer imobilizado, ligar seu transmissor e esperar a Terra posicionar a antena do radiotelescópio à sua frente.

  Para ser considerado como vindo de um ponto fixo no espaço, o sinal deveria crescer, atingir intensidade máxima e decair conforme a rotação da Terra movimentasse a antena. Além disso, deveria estar na freqüência da linha do hidrogênio, sugerida para tentar contatos extraterrestres. O sinal "WOW" cumpriu todos esses requisitos, caracterizando-o como uma verdadeira emissão vinda de uma fonte fixa do céu, mas de origem desconhecida.

  Naquela ocasião, o próprio observatório levantou a hipótese de que o sinal poderia ser o reflexo de uma transmissão terrestre, rebatida em algum satélite geoestacionário, mas nenhum satélite encontrava-se naquela posição do céu no momento do evento.Pelas razões apresentadas o sinal "Wow" é um forte candidato SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) já que ao que tudo indica, veio de fato do céu e não foi causado por interferência humana.


Dois feixes - Um Sinal

   No entanto, um pequeno detalhe pode afetar o otimismo dos pesquisadores.

O radiotelescópio da Universidade de Ohio utilizava dois feixes para fazer a varredura, ambos situados lado a lado. Qualquer fonte de sinais que viesse do espaço seria captado no primeiro feixe por exatos 72 segundos e 3 minutos depois também seria detectada pelo segundo feixe por 72 segundos, mas isso não aconteceu.

  Desde então, diversas experiências foram feitas em diversos comprimentos de ondas, sempre focadas na mesma direção do céu. Receptores mais sensíveis foram utilizados e diversos intervalos de tempo foram escolhidos na tentativa de se captar algum sinal periódico, mas desde 1977 nenhum sinal que chamasse a atenção foi detectado. Até agora, mais de 30 anos depois, não se chegou a uma explicação lógica sobre a origem do famoso sinal WOW.


Por que o Hidrogênio

   Todos sabem que o hidrogênio é o elemento mais abundante do Universo. Sua freqüência natural de emissão é 1420.4556 MHz, também chamada de linha de 21 cm ou “janela da água”. Por ser o elemento em maior quantidade no universo, acredita-se que essa também seja a freqüência mais óbvia para se tentar algum contato com outras civilizações, tanto para transmissão como para recepção de sinais. Em 1977 o sinal WOW foi detectado exatamente nessa freqüência.


Estudo revela que manchas solares podem desaparecer até  2015.


   Os cientistas já confirmaram que o Sol está passando por um dos mais longos períodos de baixa atividade dos últimos 100 anos, sem que nenhuma mancha solar apareça na superfície da estrela durante meses. Nos últimos dois anos o silêncio parece ter aumentado e despertou a possibilidade das manchas solares estarem sumindo.


   "Pessoalmente acredito que elas vão voltar, mas as evidências de que elas estão diminuindo são cada vez maiores", disse o astrofísico Matt Penn, ligado ao Observatório Nacional do Solar (NSO), localizado no Arizona. E Penn pode ter razão.Utilizando dados das manchas solares registrados nos últimos 17 anos, Penn e seus colegas do NSO encontraram uma tendência realmente preocupante e descobriram que o magnetismo das manchas solares está em acentuado declínio.

   "O campo magnético das manchas está caindo cerca de 50 Gaus por ano e se extrapolarmos essa tendência veremos que elas deverão desaparecer por completo até 2015", disse o cientista.



   Considerando que as manchas solares são formadas por campo magnético, sua diminuição pode realmente fazê-las desaparecer. A estrutura de uma mancha não é formada por matéria e sim por um colossal campo magnético, tão intenso que bloqueia o fluxo ascendente do calor vindo do interior do Sol, tornando a região escura. Se a Terra perdesse seu campo magnético o corpo sólido ainda permaneceria intacto, mas no caso das manchas a perda do magnetismo faria simplesmente elas desaparecerem.

   "De acordo com nossas medições, as manchas solares só se tornam visíveis quando o campo magnético é superior a 1500 Gauss", disse Bill Livingston, também ligado ao NSO. "Se a tendência atual se confirmar iremos atingir a base desse limite muito rapidamente, quando os campos magnéticos se tornarão tão fracos que não formarão mais as manchas como as vemos atualmente."

Alvoroço

   O trabalho de Penn e Livingston causou um verdadeiro alvoroço entre os físicos solares. Segundo David Hathaway, um dos maiores especialistas no assunto, ligado ao Centro Ames, da Nasa, o estudo ainda é bastante controverso.

"Sabemos que Livingston e Penn são excelentes físicos experimentais e a tendência parece ser de fato real" disse Hathaway. "O problema está em aceitar completamente a extrapolação proposta". No entender de Hathaway, a maior parte dos dados foi tomada depois do máximo do ciclo solar 23 (entre 2000 e 2002), quando a atividade natural começou a declinar. Assim, a queda da intensidade magnética poderia ser um aspecto normal do ciclo solar e não um sinal de que as manchas estão desaparecendo.

Nova Técnica

   Penn concorda com Hathaway e afirma que a técnica de medição é bastante recente e a série de dados ainda é bastante pequena, de apenas 17 anos. "Podemos estar testemunhando uma desaceleração apenas temporária que poderá inverter-se, mas os números mostram claramente uma diminuição do campo magnético".


Linhas Espectrais

   A técnica usada foi criada por Livingston e empregada junto ao telescópio solar McMath-Pierce e consiste em observar uma linha espectral emitida pelos átomos de ferro na atmosfera solar. Ali, os campos magnéticos das manchas fazem a linha se dividir em duas, em um efeito chamado "Zeeman splitting", descoberto pela primeira vez no século 19 pelo físico holandês Pieter Zeeman. A técnica atual permite medir a intensidade do campo magnético através do tamanho da divisão entre as duas linhas espectrais.



Inverno Implacável

   O mínimo mais longo da história, o Mínimo de Maunder, ocorreu entre 1645 e 1715 e durou incríveis 70 anos. Manchas solares eram extremamente raras e o ciclo solar de 11 anos parecia ter se rompido. Esse período de silêncio coincidiu com a "pequena Era do Gelo" uma série de invernos implacáveis que atingiu o hemisfério Norte. 


   Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas.

Épsilon de Auriga: o misterioso piscar de uma estrela gigante


   Desde o século 19, um misterioso fenômeno acontece na constelação de Auriga, sem que os cientistas saibam exatamente por que. Ali, a cada 27 anos, a gigantesca estrela Épsilon perde metade de seu brilho e permanece assim por dois anos, até que lentamente volta a se fortalecer novamente. Afinal, o que acontece em Épsilon de Auriga?


Estrela Epsilon de Auriga

   Situada a cerca de 2 mil anos-luz da Terra e medindo quase 6 bilhões de quilômetros de raio, Épsilon de Auriga é a mais forte candidata ao posto de maior estrela conhecida. É tão grande que se fosse colocada no centro do Sistema Solar chegaria até a órbita de Urano, o penúltimo planeta a partir do Sol.

    Atualmente a estrela se encontra na fase de baixo brilho e de acordo com os últimos estudos, eclipsada por um escuro objeto. Entretanto, a natureza desse objeto - provavelmente uma estrela - ainda é motivo de acalorados debates por parte dos pesquisadores, uma vez que suas características não foram observadas diretamente.A atual fase de eclipse de Épsilon de Auriga começou em agosto de 2009 e em dezembro atingiu seu ponto de menor brilho, devendo permanecer assim durante todo o ano de 2010. Em 2011 a estrela retornará ao brilho máximo.

   Um modelo apresentado em 2008 e que ganhou bastante popularidade mostra que esse objeto companheiro seria um sistema estelar binário, rodeado por um disco de poeira maciço e opaco de poeira, mas recentes observações feitas pelo telescópio espacial Spitzer mostram que Épsilon de Auriga é eclipsada por uma única estrela envolta em um disco de poeira de 600 milhões de quilômetros de raio e 75 milhões de quilômetros de espessura. Teorias que afirmavam que o objeto seria uma estrela grande e semitransparente ou até mesmo um buraco negro já foram descartadas.

 A beleza de Órion vista de dois hemisférios diferentes.


   Em gramática, a palavra constelação significa o coletivo de estrelas, mas para os astrônomos é uma região do céu composta de qualquer objeto celeste, mesmo que não tenha qualquer relação entre si, bastando estar na mesma área quando vistos da Terra. Ao todo existem 88 constelações, sendo 44 no hemisfério norte e 44 no hemisfério sul, com algumas delas visíveis em ambos os hemisférios.

Constelação de Órion, vista em dois hemisférios

  Por estarem próximas à linha do equador terrestre, as constelações visíveis nos dois hemisférios recebem o nome de equatoriais e entre as mais conhecidas estão Órion, Cão Maior, Cão Menor e Pégasus, entre outras. De todas elas, a mais familiar é sem dúvida a constelação de Órion, onde desde pequenos aprendemos a reconhecer as "Três Marias", inseridas dentro de um grande retângulo.

  Acima das Três Marias - Mintaka, Alnilam e Alnitak - a constelação abriga a nebulosa M42. Distante 1500 anos-luz da Terra, a nebulosa é uma gigantesca região de formação estelar, onde enormes massas gasosas são submetidas a altíssimas pressões e temperaturas e começam a brilhar, dando origem a novas estrelas.

 Apesar da constelação e dos objetos em seu interior serem os mesmos e praticamente imóveis, a constelação não é vista da mesma maneira nos dois hemisférios e à medida que nos afastamos da região equatorial os objetos em seu interior mudam de posição. Em alguns casos a diferença é tanta que tudo em seu interior parece estar invertido. A imagem acima mostra claramente o fenômeno, retratando o céu noturno em duas regiões diferentes do planeta. Apesar de ambas as cenas terem sido feitas no mês de dezembro, a constelação de Órion aparece totalmente invertida em cada um dos hemisférios. À imagem da esquerda foi feita no hemisfério sul, em uma praia da Ilha de Bruny, na costa da Tasmânia, na Austrália, enquanto a cena da direita retrata o mesmo céu visto a partir das montanhas Alborz, no norte do Irã, no hemisfério norte.

   Nas cenas, a inversão é quase absoluta. A nebulosa M42, que para nós no Brasil aparece acima das Três Marias, é vista no hemisfério norte acima delas. O longo braço horizontal que liga Belatrix ao outro grupo de estrelas aparece também completamente invertido em ambas as fotos.

   Experimente!


   Apesar de apresentarem essa inversão aparente devido à diferença de latitude em que as fotos foram feitas, nenhuma das estrelas de fato mudou de posição, mas sem dúvida nos proporcionou uma interessante observação a partir de um ponto de vista diferente do habitual, tornando a constelação de Órion ainda mais bela.


   Se você quiser ver a constelação de Órion da mesma forma que os moradores do hemisfério norte, a notícia é boa e não precisará gastar nenhum dinheiro para isso. Basta ficar de cabeça para baixo e contemplar o céu. O problema é que seus vizinhos e amigos poderão achar que você não anda muito bom da cabeça, mas isso não fará a menor diferença. Bons céus!


Cometa Halley: Um solitário iceberg vagando no espaço.



   Ao observar um cometa através de um telescópio, as únicas coisas que podemos ver são a cauda e a cabeleira, formadas pela nuvem de gás e poeira que sublimam ao se aproximar do Sol. Apesar de sabermos que os cometas são formados do material primordial que formou o Sistema Solar, é impossível ver o seu núcleo, que aparentaria um iceberg bastante sujo.

Cometa Halley

   Em 1986, no entanto, os cientistas conseguiram observar pela primeira vez o núcleo de um cometa e constataram que os errantes viajantes são mesmo verdadeiros icebergs que vagam pelo espaço. E a constatação não foi feita em um cometa qualquer. Para compreender um pouco mais sobre esses astros os pesquisadores escolheram o cometa Halley, que a cada 76 anos penetra o Sistema Solar e causa grande sensação aqui na Terra.

   Para observar o Halley bem de perto, a agência espacial europeia enviou ao espaço a sonda automática Giotto, que se tornou a primeira nave a se encontrar com um cometa e observá-lo à medida que se aproximava do Sol. E o resultado não poderia ser diferente.

   Na medida em que se aproximava, valiosas informações eram enviadas à Terra e ajudaram os cientistas a compreender um pouco mais sobre esses ilustres visitantes.Os dados também permitiram aos pesquisadores criarem imagens impossíveis de serem feitas da Terra, como a mostrada acima. Nela, o núcleo congelado do cometa, de aproximadamente 15 km de comprimento, é visto com nitidez impressionante. Pela cena, detalhes escuros do núcleo cometário são vistos à direita enquanto o material sublimado (que passa do estado sólido para o estado gasoso) é visto fluindo na forma de cauda e cabeleira.

  Estima-se que a cada aproximação do cometa Halley cerca de seis metros de seu núcleo se perde na vaporização. Esse material se dispersa na forma de uma larga esteira de fragmentos que vaga pelo espaço e se choca com a Terra duas vezes por ano, provocando a chuva de meteoros Oriônidas, visível no mês de outubro e a chuva de meteoros Eta Aquarídeas, visível no mês de maio.



Observatório espacial comprova a existência de tsunami solar. 


   Alguns anos atrás, os físicos solares testemunharam pela primeira vez uma gigantesca onda de plasma se propagando pela superfície do Sol. A dimensão do fenômeno era tão grande que apesar de estarem presenciando o evento, não podiam acreditar no que viam. Naquela ocasião, a enorme onda ergueu-se mais alto que a Terra para em seguida despencar sobre a superfície, formando padrões circulares de milhões de quilômetros de circunferência.

tsunami_solar

   Céticos, diversos observadores sugeriram que o fenômeno poderia ser alguma sombra ou ilusão de ótica provocada por efeitos atmosféricos. Aquilo poderia ser tudo, menos uma onda real.

   O tempo passou e diversos estudos foram feitos, mas uma imagem captada em fevereiro de 2009 pelo satélite Stereo deu um xeque-mate no problema. A imagem mostrava uma gigantesca explosão próxima à mancha solar 11012, arremessando uma nuvem de mais de 1 bilhão de toneladas de gás aquecido ao espaço, provocando uma gigantesca onda na superfície do Sol. "Agora nós sabemos", disse Joe Gurman, do Laboratório de Física Solar do Centro Espacial Goddard, da Nasa. "Os tsunamis solares realmente existem".

 "Aquilo foi definitivamente uma onda", disse Spiros Patsourakos, ligado à universidade de Mason e autor do paper publicado em novemnro de 2009 no periódico Astrophysical Journal Letters. "Não é uma onda comum, de água. É uma gigantesca onda de plasma e magnetismo", explicou.


   O nome técnico para o novo fenômeno é Onda Magneto-hidrodinâmica de Modo Rápido, ou MHD e foi captado com grande precisão por um dos satélites Stereo, que estuda o Sol. Na imagem, a gigantesca ejeção de massa coronal, CME, atinge 100 mil km de altitude e se desloca a 250 km/s, com energia igual a nada menos que 2.4 gigatoneladas de TNT, o equivalente a 150 mil bombas atômicas similares às que caíram sobre Hiroshima em 1945.


   Os tsunamis solares foram descobertos em 1997 através de imagens captadas pelo Telescópio Solar e Heliosférico SOHO e desde então foram motivos de diversas controvérsias entre os cientistas. Em maio de 2009, outra ejeção de massa coronal explodiu em uma região ativa na superfície do Sol e foi registrada pelo satélite SOHO como uma gigantesca onda que praticamente atravessou a superfície do Sol.

 Os tsunamis solares não representam uma ameaça direta à Terra, mas são extremamente importantes para o estudo do astro-rei. "Podemos usá-los para diagnosticar as condições atuais do Sol e tentar prever quando as tempestades solares podem ocorrer. Ao observar como as ondas se propagam, podemos coletar informações sobre as camadas mais baixas da atmosfera solar e que de outra forma não seriam possíveis", disse Gurman.

Olhos de águia: Hubble registra a mais distante imagem do Universo.


   Quando olhamos para o céu vemos diversos objetos bastante distantes de nós. Para se ter uma idéia, mesmo viajando a 300 mil km/s, a luz do Sol leva 8 minutos para chegar até nós, enquanto a da estrela mais próxima, Próxima Centauro, demora mais de quatro anos. Quanto mais distante está um objeto, mais no passado estamos olhando. Agora, uma nova imagem bate o recorde de distância e revela objetos criados há mais de 13 bilhões de anos, apenas 650 milhões de anos depois do Big Bang.

Imagem mais profunda do Universo

   A cena mostra uma rica tapeçaria de mais de 7500 galáxias e foi registrada pelo telescópio espacial Hubble em dois momentos diferentes. Em primeiro plano temos a luz emitida por galáxias há apenas 1 bilhão de anos enquanto os pontos mais distantes, vistos como pequenas centelhas vermelhas, são galáxias que praticamente testemunharam os momentos próximos da criação, ocorrido 650 milhões de anos antes de seus nascimentos. A cena também permite ter uma percepção do tamanho do Universo: toda a paisagem está contida em uma pequena janela três vezes menor que a Lua cheia.

   A nova imagem é um mosaico feito com dois instrumentos diferentes a bordo do telescópio Hubble, captados entre setembro e outubro de 2009 através da câmera grande angular WFC3 e em 2004, com auxílio da câmera avançada de pesquisa ACS.

   A panorâmica destaca a grande variedade de estágios ocorridos o processo de formação das galáxias. A luz ultravioleta captada pela câmera ACS mostra o brilho azul de estrelas quentes e jovens no interior de galáxias repletas de estrelas em nascimento. A luz laranja mostra aglomerados de galáxias massivas entre 8 e 10 bilhões de anos atrás.

   A luz do espectro do infravermelho próximo é vista na cena em tons vermelhos e revelam as galáxias extremamente distantes, algumas delas entre 12 e 13 bilhões de anos, cuja luz ultravioleta original foi esticada em comprimento até chegar ao infravermelho devido à expansão do Universo.


Fenômeno raro é registrado pela primeira vez junto à aurora boreal.



   Um raro fenômeno elétrico conhecido como Sprite Vermelho foi registrado pela primeira vez junto a uma intensa tempestade geomagnética que produzia auroras boreais no meio-oeste americano. Esta é a primeira vez que os dois fenômenos são registrados juntos.


Sprite Vermelho e aurora Boreal
   Os sprites são descargas elétricas azuladas ou avermelhadas de alta intensidade que ocorrem acima das nuvens de tempestade e que dão origem a uma gama bastante variada de formas visuais brilhantes no céu noturno. Normalmente são disparadas por uma descarga positiva entre a base da nuvem de tempestade e o solo.

   Imagens capturadas com câmera de alta velocidade, capazes de registrar mais de 40 mil frames por segundo, revelaram que os sprites são formados na realidade por grupos de bolas de bolas de gás ionizado com tamanho variado entre 10 e 100 metros de diâmetro, lançadas de uma altitude superior a 80 km a uma velocidade que pode chegar a 10% da velocidade da luz.

   Estudos também revelaram que essas bolas também podem se deslocar horizontalmente por mais de 50 km desde o ponto de origem, cobrindo essa distância em menos de 100 milissegundos.




   Apesar dos sprites serem conhecidos desde o início do século 20, cientistas atmosféricos só confirmaram sua existência após 1989, quando o fenômeno foi fotografado algumas vezes por câmeras a bordo dos ônibus espaciais. Hoje em dia, devido à grande quantidade de câmeras de alta sensibilidade e velocidade e no maior interesse em sua observação, o registro dos sprites tem ocorrido com maior frequência.


   No entanto, a imagem feita no estado americano de Dakota do Sul revela que os sprites também podem acontecer em condições atmosféricas menos turbulentas. Na cena, um típico Sprite Vermelho foi registrado sob um céu bastante céu estrelado e repleto de partículas carregadas que produziam auroras boreais, muito longe de uma tempestade vista no horizonte da imagem.


O Sol produz o mais intenso flare já registrado em 2013!



  Nas últimas horas de domingo o Sol mostrou toda sua força e emitiu o mais poderoso flare registrado até agora no ano de 2013. A explosão de energia ocorreu no limbo da estrela e provocou forte blecaute de radiopropagação por mais de 1 hora.

Imagem da Erupção solar de maio de 2013

   O intenso clarão de energia ocorreu exatamente as 23h15 BRT de domingo, 12 de maio e foi observado em imagens registradas pelo satélite de observação da dinâmica solar, SDO, da NASA e também por detectores de raios-x a bordo do satélite geoestacionário GOES-13.
Visto no seguimento de raios-x entre 1 e 8 Angstroms, o súbito clarão produziu um pico que atingiu a classe-X1.7, situado dentro da gama das maiores emissões de energia produzidas pelo Sol nesse comprimento de onda.

  A poderosa emissão ocorreu no limbo da estrela, ejetando no espaço uma grande quantidade de massa coronal (CME) que não deverá atingir a Terra. No entanto, como a mancha solar que produziu o flare está no lado oposto do Sol, devido à rotação do Sol em breve estará presente no lado visível, apontada para o nosso planeta.

Pico de raios-x da explosão solar de maio de 2013

   Nenhum planeta deverá receber a ejeção de partículas carregadas, mas os modelos de deslocamento mostram que os telescópios espaciais Spitzer e Stereo-A receberão o impacto direto das partículas nos próximos dias, sendo que o telescópio Spitzer será atingido pela porção mais densa das partículas.

   Esta mesma mancha solar foi a responsável por diversos flares menos significativos de classe-M registrados durante a última semana.
A erupção solar deste domingo foi a mais intensa registrada até agora no ano de 2013. Antes dela, o mais intenso surto de energia atingiu a classe M-6.5. Em 2012, a mais intensa explosão atingiu a classe-X5.4.
 

Fotógrafo registra magnifica coroa lunar sobre o céu da Alemanha.






   Um maravilhoso efeito ótico foi registrado recentemente no céu da cidade de Cochem, na Alemanha. Durante diversos minutos a Lua surgiu rodeada por inúmeros anéis concêntricos e multicoloridos e encantou qualquer observador que naquele instante mirava o firmamento.

Coroa Lunar na Alemanha

   Diferente do halo solar ou lunar, formado quando a luz do objeto é refratada por cristais de gelo presentes na alta atmosfera, a coroa lunar é o produto da difração da luz nas gotas de água no interior de finas nuvens na frente do disco lunar.
As coroas lunares são muito mais comuns do que os halos e seu tamanho depende basicamente do diâmetro das gotículas no interior da nuvem, sendo que quanto menor a gota, maior será a coroa. Além disso, quanto mais uniformes forem as gotas, mais clara será a coroa.

Coroa Lunar

   A imagem mostrada foi feita no dia 18 de maior pelo astrofotógrafo Babak Tafresh, que naquela noite contemplava o histórico Castelo de Cochem, construído às margens do rio Moselle no início do século 11.


Objeto passará a 5 milhões  de quilometros da Terra


   Uma rocha de cerca de 2500 metros de comprimento está chamando a atenção de pesquisadores em todo o mundo. E não é para menos. O objeto passará a apenas 5 milhões de quilômetros da Terra, o que permitirá imagens altamente detalhadas de sua superfície.

Asteroide 1998 QE2

     Batizado de 1998 QE2, a rocha foi descoberta em 19 de agosto de 1998 através de imagens obtidas por telescópios do projeto LINEAR de pesquisas de asteroides próximos à Terra. A aproximação do dia 31 de maio está prevista para 17h59 BRT e será a maior aproximação da Terra deste asteroide nos próximos 200 anos. Estima-se que o brilho de 1998 QE2 atingirá a magnitude 10, permitindo que observadores com telescópios de médio porte possam vê-lo.
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